sexta-feira, 22 de março de 2013

O PÃO NO DESERTO


Provavelmente, todo aquele que se empenha em rezar já sentiu o quanto pode ser difícil satisfazer os anseios de seu espírito e sente, então, escoar em seu intimo aquele pedido que os apóstolos dirigiram a Cristo: “Senhor, ensina-nos a rezar!” (Lc 11,1). Não há dúvida de que o homem experimenta inata dificuldade para rezar ou se comunicar com o Invisível.
Eis, porém, que o próprio Deus se dignou prover o remédio para essa mudez da criatura: deu-lhe, já antes da Encarnação e da Redenção, a sua Palavra Boa, inspirada nas Escrituras.
Um dos grandes méritos de Thomas Merton está em chamar a atenção para tão rico manancial da vida de oração; ele mostra como o cristão pode e deve utilizá-lo como pão no deserto, como alimento que o aproxima de Jesus e lhe dá forças para segui-lo aonde quer que Ele vá.
Anime-se, pois, o discípulo de Cristo! Longe de julgar que a vida de oração perfeita é privilegio de poucos ou dos religiosos enclausurados, aspire a ela com ardor. E, para nutri-la, recorra à Palavra de Deus, aos salmos, desejando veementemente, ainda que viva no mundo, chegar ao cume da união com Deus. Cada cristão, em virtude do seu batismo, é chamado para tal; o desabrochar normal da graça do batismo é a vida mística, que não consiste necessariamente em visões e êxtases, mas em se fazer a experiência de Deus presente na alma.

Livro: O pão no deserto
Autor: Thomas Merton

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