Nem sempre os
Senhores levavam a melhor.
Essa multidão impunha respeito aos senhores, que
nem sempre levavam a melhor em dispustas jurídicas. Em 1872, por exemplo, a
escrava Francelina foi acusada de matar sua proprietária por envenenamento. Os
vizinhos livres testemunharam a favor dela, dizendo que a moça era muito
maltratada pela senhora morta. Francelina foi absolvida pela justiça. No mesmo
ano, vinte negros do comerciante de escravos José Moreira Velludo resolveram
espancá-lo até a morte. Não queriam ser vendidos para uma fazenda de café e
concluíram que matar seu dono seria o melhor jeito de evitar a mudança. O
comerciante sobreviveu à surra por poucos, graças a alguns empregados que espantaram
os agressores. Dias depois, ainda ferido, Velludo foi à delegacia – não para
acusar os negros que o surraram, e sim para inocentá-los. Como nos últimos anos
da abolição um escravo era um produto valioso, o traficante queria livrá-lo da
cadeia para não perder o dinheiro que investia na compra.
Autor: Leandro Narloch
Livro: Guia Politicamente Incorreto da História do
Brasil.
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