Mais mulheres são chefes de família, e jovens optam por ser mãe mais tarde
Elas comandam 87% das famílias sem cônjuge e com filhos. IBGE divulga dados de gênero do país relativos a 2010. Os dados de gênero divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as brasileiras estão tendo filhos mais tarde e se tornando chefes de família em mais domicílios do país. A análise engloba uma década e compara dados dos censos de 2000 e 2010. Nesse período, a proporção de brasileiras com ao menos um filho diminuiu em todas as faixas etárias mais jovens . Esse seria um dos reflexos do aumento da escolarização delas, que passaram a postergar a maternidade para continuar os estudos.
Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios
particulares. Em 2010, essa proporção cresceu para 38,7% dos 57,3
milhões de domicílios – um aumento de 13,7 pontos percentuais. O IBGE
considera como responsável aquela pessoa reconhecida como tal pelo
demais moradores do domicílio.
Quando analisados os dados das áreas rural e urbana, verifica-se que,
no campo, ainda é mais comum o homem ser o chefe da família. Nas
cidades, elas são as responsáveis em 39,3% das famílias, enquanto que na
área rural essa proporção é de 24,8%.
O estudo mostrou ainda que houve um crescimento maior da taxa de
atividade entre as mulheres do que entre os homens no período. A taxa de
atividade mostra a proporção da população em idade ativa (16 anos ou
mais) que se encontra trabalhando ou procurando trabalho. "É um
movimento que começou na década de 70, com as mulheres se inserindo mais
no mercado de trabalho", afirma Barbara Cobo, gerente de indicadores
sociais do IBGE e coordenadora da pesquisa.
No geral, a taxa se manteve estável: em torno de 64%. No entanto,
enquanto a taxa de atividade dos homens caiu de 79,7% em 2000 para 75,7%
em 2010, a das mulheres aumentou de 50,1% para 54,6%.
A faixa etária das mulheres que teve um aumento mais expressivo na taxa
de atividade foi de 50 a 59 anos – de 39% em 2000 para 50,2% em 2010.
Já o maior recuo entre os homens ocorreu na faixa etária de 16 a 29 anos
(81% em 2000 contra 74,6% em 2010).
Apesar de os números mostrarem mais mulheres trabalhando, elas ainda
enfrentam condições de informalidade. Em todos os grupos de idade ou
raça, a taxa de formalização das mulheres teve um crescimento menor que a
dos homens e ficou abaixo da taxa nacional de 2010.
O diferencial entre os sexos passou de 3,8 pontos percentuais em 2000
para 6,7 pontos percentuais em 2010. Em 2000, a taxa de formalização
deles era de 50%, e delas, 51,3%. Em 2010, a taxa dos homens alcançou
59,2%, enquanto a das mulheres ficou em 57,9%.
"A taxa de formalização mostra as pessoas que de alguma forma
contribuem para a previdência e possuem garantias para que a renda não
vá a zero se acontece algo. Ela significa empregos de qualidade",
explica Barbara.
Link: http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/10/mais-mulheres-sao-chefes-de-familia-e-jovens-optam-por-ser-mae-mais-tarde.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário