As
últimas e Fascinantes lições de vida
Poucas horas antes do seu julgamento, Jesus reuniu
os discípulos para transmitir-lhes algumas excelentes lições. Queria que eles
trabalhassem em equipe, não vivessem uma competição predatória, refinassem a
arte da solidariedade e aprendessem a se doar uns aos outros. Almejava algo
aparentemente absurdo para o nosso individualismo: que os maiores servissem aos
menores.
Como ensinar o que as universidades nunca
conseguiram com milhões de informações?
Como ensinar algo que contraria a cultura humana,
pois sempre os menores serviram aos maiores?
Para dar essas lições, ele teve a coragem e o
desprendimento de sair da sua zona de conforto. Milhares de pessoas se
prostravam aos seus pés, mas, para a surpresa de todos, ele se prostrou aos pés
daqueles homens humildes para, com seu gesto, dar-lhes essas lições. Entrou
profundamente no labirinto da escola da vida como ninguém havia penetrado
antes.
Pegou uma bacia de água, cingiu o lombo com uma
toalha, ajoelhou-se diante dos pés dos seus discípulos e começou a lavá-los.
Aquele que era reconhecido como filho de Deus mostrou-se o mais humilde e
intrigante dos homens. Lavou os pés de discípulos, alguns incultos e iletrados.
Tal gesto surpreendente deixou pasmos seus discípulos. A emoção deles dói
invadida por um misto de êxtase, ansiedade e apreensão.
A cena foi registrada de maneira privilegiada na
MUC, memória de uso contínuo; Ele foi o mestre dos mestres da escola da vida,
uma escola em que muitos intelectuais, cientistas, psiquiatras e psicólogos são
pequenos aprendizes.
Certa vez, ao dar uma conferência para educadores,
médicos e psicólogos, reproduziu parcialmente o gesto de Jesus. Estava
discursando sobre qualidade de vida e a necessidade de as pessoas romperem sua
bolha de solidão e interagirem.
Então, abaixei-me diante dos pés de uma mulher e
pedi licença para retirar-lhe os sapatos. Mostrei os sapatos para a plateia e
pedi a uma outra pessoa que os recolocasse com delicadeza. Depois disso,
solicitei às pessoas da plateia que estavam próximas que se olhassem nos olhos,
retirassem e recolocassem os sapatos uma da outra. Após esse gesto, pedi que se
abraçassem.
Todos ficaram profundamente emocionados ao término
da conferência. Sentiam-se como crianças que corriam livremente nos labirintos
do território da emoção.
Autor:
Augusto Cury
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