segunda-feira, 13 de outubro de 2014



As últimas e Fascinantes lições de vida


Poucas horas antes do seu julgamento, Jesus reuniu os discípulos para transmitir-lhes algumas excelentes lições. Queria que eles trabalhassem em equipe, não vivessem uma competição predatória, refinassem a arte da solidariedade e aprendessem a se doar uns aos outros. Almejava algo aparentemente absurdo para o nosso individualismo: que os maiores servissem aos menores.
Como ensinar o que as universidades nunca conseguiram com milhões de informações?
Como ensinar algo que contraria a cultura humana, pois sempre os menores serviram aos maiores?
Para dar essas lições, ele teve a coragem e o desprendimento de sair da sua zona de conforto. Milhares de pessoas se prostravam aos seus pés, mas, para a surpresa de todos, ele se prostrou aos pés daqueles homens humildes para, com seu gesto, dar-lhes essas lições. Entrou profundamente no labirinto da escola da vida como ninguém havia penetrado antes.
Pegou uma bacia de água, cingiu o lombo com uma toalha, ajoelhou-se diante dos pés dos seus discípulos e começou a lavá-los. Aquele que era reconhecido como filho de Deus mostrou-se o mais humilde e intrigante dos homens. Lavou os pés de discípulos, alguns incultos e iletrados. Tal gesto surpreendente deixou pasmos seus discípulos. A emoção deles dói invadida por um misto de êxtase, ansiedade e apreensão.
A cena foi registrada de maneira privilegiada na MUC, memória de uso contínuo; Ele foi o mestre dos mestres da escola da vida, uma escola em que muitos intelectuais, cientistas, psiquiatras e psicólogos são pequenos aprendizes.
Certa vez, ao dar uma conferência para educadores, médicos e psicólogos, reproduziu parcialmente o gesto de Jesus. Estava discursando sobre qualidade de vida e a necessidade de as pessoas romperem sua bolha de solidão e interagirem.
Então, abaixei-me diante dos pés de uma mulher e pedi licença para retirar-lhe os sapatos. Mostrei os sapatos para a plateia e pedi a uma outra pessoa que os recolocasse com delicadeza. Depois disso, solicitei às pessoas da plateia que estavam próximas que se olhassem nos olhos, retirassem e recolocassem os sapatos uma da outra. Após esse gesto, pedi que se abraçassem.
Todos ficaram profundamente emocionados ao término da conferência. Sentiam-se como crianças que corriam livremente nos labirintos do território da emoção.

Autor: Augusto Cury

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