Conhecendo Jorge Amado
O padre levou uma peregrinação ao convento da Penha em Vila Velha – ES. Ao
descer do Santuário as pessoas pararam junto aos muros do convento contemplando
a linda visão do mar, dos navios entrando e saindo para buscar minérios no
porto da cidade de Vitória.
Foi
quando um amigo do padre o abordou e lhe perguntou se ele tinha lido os livros
de Jorge Amado. O padre respondeu que não lera e não leria nunca. Perguntado
por que o reverendo respondeu: Aquele é um porco! Só escreveu com palavrões e
sobre mulheres da vida e seus amores lascivos. Seus assuntos são para os que
vivem como ele: veem o povo só pensando naquilo...
O amigo então lhe disse: Jorge Amado
é esse senhor aqui que veio visitar esse monumento religioso frequentado pela
gente humilde e religiosa. O padre engoliu em seco, enquanto Jorge Amado dava
uma cusparada no chão...
Os juízos de valor não podem ser expressos tendo em vista a
ignorância da própria pessoa sem conhecer os destinatários de seus escritos,
sua cultura, a época dos acontecimentos. E quem expõe a verdade nua e crua não
merece desprezo e pouco caso. Era o caso!..
Desconhecer um escritor consagrado
com obras lidas por todos, não é explicável para um padre e mais, deixar-se
levar por preconceitos sem fundamentos era comum na época em que pontificava
uma literatura religiosa que patrulhava a moral do povo, foi inútil. Hoje a
universidade esta ao alcance de todos e ali é um centro de formação critica de
tudo o que se passa na sociedade. Um clero atualizado e bem formado fundamenta
também a fé que, conforme S.Paulo é um razoável obséquio prestado a Deus.
Paulo Motta
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