quinta-feira, 21 de maio de 2015


Motivações e Intenções
Não é suficiente observar as ações externas e internas. É também indispensável indagar sobre as motivações que nos levam a agir e sobre as intenções que atraem nossas ações. Além de perguntar-se o que é que eu fiz, devo saber porque e por quem o fiz. Só assim começará a fazer-se luz em nosso psiquismo, e poderemos esperar descobrir pouco a pouco as intenções ocultas e menos retas que tão frequentemente se infiltram em nossas ações, até nas boas, chegando a se tornar a motivação mais influente e, em definitivo, o princípio de decisão e de ação.
Recordemos: o que mais ignoramos, lentamente toma conta do nosso coração. É um processo quase imperceptível de sedimentação progressiva, que parte das primeiras concessões veniais e leviandades, radica-se em profundidade, gera hábitos sempre menos controlados e sempre mais "autorizados" e se torna motivação inconsciente, quando introduz, em nosso modo de viver, um dinamismo automático, resistente à mudança e cada dia mais exigente e pretensioso. Ora, como bem sabemos, é difícil perscrutar e "libertar" o inconsciente, contudo é possível preveni-lo, isto é, impedir aquele processo de sedimentação, permanecendo atentos àquilo que realmente nos leva a agir. Ademais, é exatamente no "coração" que se situa o pecado (Mc 7, 21-23).
O exame de consciência é a parada providencial, na caminhada do dia, que nos permite tomar consciência e, portanto, sentirmo-nos mais livres e menos fantoches, mais responsáveis por nós mesmos e menos escravos do passado.
Livro: Viver Reconciliados
Autor: Amedeo Cencini

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