quarta-feira, 11 de setembro de 2013

VÁRIO DO ANDARAÍ

Um autor, dois livros

Um exemplo de bom cronista moderno

Vário do Andaraí é um taxista-autor ou um taxista-autor, para ficar de saída com algo que muito agrada a ele: a intertextualidade. Aqui, já remetemos ao autor-defundo ou defundo-autor que tão inusitadamente surgiu com Machado de Assis, no Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Vário do Andaraí é motorista de táxi no Rio de Janeiro, motorista noturno, como ele mesmo diz. Com argúcia e sensibilidade à flor da pele, observa baudelairmente e/ou zolamente toda a movimentação da cidade maravilhosa, da capital Maceió (crônica Resta Um) e de outras cidades do mundo, como Praga (crônica GO) e Buenos Aires, essa nas páginas de Jorge Luís Borges, (crônicas Chaturanga), captando delas as nuances, as aventuras, as “guerrilhas” urbanas, as sacanagens, a libidinagem, os amores e suores, enfim, a vida da e na grande metrópole.
Não, não se está comparando Vário com Baudelaire ou Zola, apenas mostrando que a câmera que flagra os movimentos é semelhante. Se Vário um dia será Baudelaire ou Zola não tem a menor importância, porque Vário é Vário do Andaraí e nos passa a vida como ela realmente acontece neste século XXI no seu, no nosso mundo.
Vário do Andaraí é autor novo e recente, deu-nos, por enquanto, apenas dois livros: A máquina de revelar destinos não cumpridos, de 2010, segundo lugar no Prêmio Jabuti 2011, categoria crônicas, e Passatempos, de 2012.

Autor: Leo Rícino
Revista: Literatura pg. 10


Nenhum comentário:

Postar um comentário