“Navigare necesse;
vivere non est necesse”, esta frase de Pompeu, general romano (106-48 a .C), e que virou poesia
dita apropriadamente pelo Mestre Fernando Pessoa: “Navegar é preciso e viver
não é preciso”, continua atualíssima e bem reflete o gosto de certos jovens em
ganhar o mundo. O filme Na Natureza Selvagem (2007), de Sean Penn, narra as
aventuras reais de Chiris McCandless, que saiu pelos EUA, até seu último
suspiro. Não estou bem certo, mas me parece que o McCandless real morreu como
gostaria. Em trânsito, perdido nalgum lugar da Terra...
A internet costuma
ser um excelente canal para quem quer rodar o mundo com mais segurança e não
perder a vida por conta disso. Contraditoriamente, programas como o Google
Earth e o Google Street View vêm encurtando espaços e muitos adolescentes se
contentam em conhecer nosso planeta, sem sair da tranqüilidade do lar e, mais
especificamente, sem sair diante da tela do computador. O que não é nada
positivo.
Até o final do século
20 era comum, jovens mochileiros partindo em aventuras solo por aí, sem família
ou sequer algum tipo de grupo a vigiar-lhe os passos. Isso reafirmava pactos de
independência, ritos de passagem na busca de uma afirmação maior diante dos
outros e até de si mesmo. Era hora de alçar vôo próprio, ainda que este
“próprio” contasse com o dinheiro do pai ou da mãe. Lógico, a independência não
se faz viajando, porém trabalhando e estudando, contudo a estrada, o mar ou os
céus costumam ser vias de aprendizado tão ou mais importantes do que muitos
livros.
Autor: Antero Leivas
Revista: Psicologia e
vida
Pg. 47
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