quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Maria de Magdala se encontra com o Cristo Ressuscitado


                   A ressurreição de Jesus é o primeiro dia da Nova Criação. Os eventos após a ressurreição e as várias aparições de Jesus para seus discípulos e amigos são usados na liturgia para nos ajudar a compreender o significado desse Mistério fundamental de nossa fé.
         Vimos como Jesus morreu no dilema não-resolvido entre identificação com a condição humana e perda da união pessoal com o Pai ao sacrifício de Jesus. Ela abriu para nós, como também para ele, uma vida totalmente nova. É o momento decisivo na história humana: como resultado, a união divina é agora acessível a todo ser humano.
         A primeira cena da ressurreição se passa num contexto cósmico. Do ponto de vista bíblico, o jardim em que se situou o sepulcro de Jesus nos lembra o Jardim do Éden. Os dois jardins se justapõem: no primeiro, a família humana, nas pessoas de Adão e Eva, perdeu a intimidade e a amizade com Deus; no segundo, Maria de Magdala (da qual Jesus expulsara sete demônios...) aparece como primeira receptora da boa nova de que a intimidade e a união com Deus estão disponíveis de novo.

Livro Mistério de Cristo   pág. 105-106
Autor: Thomas Keating


O ídolo e a Idolatria



“Um ídolo é antes de mais nada um objeto. Ele pode servir tanto para adoração quanto para destruição”. Gilberto Nunes

“Antes se precisava lutar, aprender algum instrumento, interpretar, cantar, construir... Hoje, basta mostrar a bunda num reality show. Pronto! Está feito ídolo”. Luis Branco

A idolatria em excesso pode tornar-se perigosa, como no caso histórico dos quase mil fiéis ao pastor Jim Jones, que em 1978 cometeram um suicídio em massa na Guiana Francesa graças à uma ordem do religioso.

Segundo pesquisa recente, a idolatria exacerbada é inerente ao ser humano, pois estamos sempre insatisfeitos com a própria vida e precisamos buscar algo mais. No caso de ídolos divinos ligados à religião. Já quando idolatramos alguém é porque gostaríamos de SER aquela tal pessoa e, aí, o caos está instalado. Nos idólatras, a mola propulsora é sua insatisfação pessoal, nos idolatrados é a busca insana por fama e fortuna. Isso explica o sucesso de reality shows e programas como American idol e Fama. Fato é que não há opressor se oprimido, assim como não há adorador sem objeto de adoração. Como Deus e o diabo um não existe sem o outro. E em todas as áreas há ídolos. Quer seja na profissional, cultural e até amorosa. O ser humano ainda precisa dos astros e das estrelas como símbolos de suas incertezas. Ele precisa adorar o firmamento, desejar aquilo que não alcança ou supõe não alcançar.
O século 21 vem se apresentando como um celeiro de ídolos diversificados. A juventude, principalmente é responsável pelo delírio que a fama causa. Basta ir a um show de quaisquer destes grupos teen para entender perfeitamente o que é a idolatria. Como num templo ou numa seita de fanáticos, se ouvem gritos, se observam pulos e até choros desesperados. Tudo para, se possível, tocar um leve segundo em seu ‘alvo’ adorado, mesmo que este não perceba. Muitos colecionadores, inclusive, começam essa atividade acumulando objetos de uso pessoal ou ligados a tais celebridades. Somos seres em escala evolutiva, mas alguns costumes não mudam. Adorar e cometer atos de violência parecem costumes tão atuais quanto primitivos. Olhar de forma mais transtornada, correr para ouvir um música ou vibrar exageradamente ao comemorar um ponto ou um gol são sintomas de idolatria.

Revista: Psicologia & vida


O SENTIDO DA VIDA


O sentido da vida: não há pergunta que se faça com maior angústia, e parece que todos são por ela assombrados de vez em quando. Valerá a pena viver? A gravidade da pergunta se revela na gravidade da resposta. Porque não é raro vermos pessoas mergulhadas nos abismos da loucura, ou optarem voluntariamente pelo abismo do suicídio por terem obtido uma resposta negativa. Outras pessoas, como observou Camus, se deixam matar por idéias ou ilusões que lhes dão razões para viver: boas razões para viver são também boas razões para morrer.
Mas o que é isto, o sentido da vida?
O sentido da vida é algo que se experimenta emocionalmente, sem que se saiba explicar ou justificar. Não é algo que se construa, mas algo que nos ocorre de forma inesperada e não preparada, como uma brisa suave que nos atinge, sem que saibamos donde vem nem para onde vai, e que experimentamos como uma intensificação da vontade de viver a ponto de nos dar coragem para morrer, se necessário for, por aquelas coisas que dão à vida o seu sentido. É uma transformação de nossa visão do mundo, na qual as coisas se integram como em uma melodia, o que nos faz sentir reconciliados com o universo ao nosso redor, possuídos de um sentimento oceânico – na poética expressão de Romain Rolland -, sensação inefável de eternidade e infinitude, de comunhão com algo que nos transcende, envolve e embala, como se fosse um útero materno de dimensões cósmicas.

Ver um mundo em um grão de areia
e um céu numa flor silvestre,
segurar o infinito na palma da mão
e a eternidade em uma hora
(Blake)

Mas o sentido da vida não é um fato. Num mundo ainda sob o signo da morte, em que os valores mais altos são crucificados e a brutalidade triunfa, é ilusão proclamar a harmonia com o universo, como realidade presente. A experiência religiosa, assim, depende de um futuro. Ela se nutre de horizontes utópicos que os olhos não viram e que só podem ser contemplados pela magia da imaginação. Deus e o sentido da vida são ausências, realidades por que se anseia, dádivas da esperança. E talvez seja esta a grande marca da religião: a esperança. E talvez possamos afirmar, com Ernest Bloch: “Onde está a esperança, ali também está a religião.”

Autor: Rubem Alves
Livro: Transparências da eternidade






Arnold Toynbee ensina que o homem deveria viver para amar, compreender e criar. Deveria empregar toda a sua habilidade e força, sacrificando-se, se necessário fosse, para a consecução desses três objetivos. Qualquer coisa valiosa pode exigir sacrifício. Valor absoluto é aquele que dá significado à vida humana e é capaz de superar o egocentrismo inerente ao homem. O amor transforma o sentido de hostilidade.
A privação ou a renúncia ao amor em termos individuais tem inspirado alguma atitudes de manifestações de amor à humanidade ou ao ser supremo, de um fluxo em outra direção e com outro objetivo, quando comparado ao amor trocado diretamente entre duas pessoas. Ao poeta Dante foi negado tanto o amor de Beatriz, como o de sua cidade natal, Florença. Em suas cartas do exílio, assinava: “Dante de Florença injustamente exilado”Após a morte de Beatriz e ainda no exílio ofereceu ao mundo a DIVINA COMÉDIA.

Texto: A sociedade do futuro
Zahar editores 



OS NOVOS TIRANOS


Na China, eles são chamados de “os pequenos imperadores”. É a geração nascida após junho de 1979, quando o governo chinês instituiu a política de um filho por casal para conter a ameaça de uma iminente explosão populacional. Desde então, quem tem um segundo filho é obrigado a abortá-lo. A estratégia evitou o nascimento de cerca de 250 milhões de chineses, segundo a fundação China Development Research. E a bomba demográfica foi desativada: em 1975, 73% dos casais do país tinham mais de um filho. Em 1983, esse índice já murchara para 9% - e isso porque o governo deu uma colher de chá nas regiões rurais, permitindo um segundo filho, às vezes. Mas o controle radical de natalidade teve um preço.
Segundo a opinião pública local, a nova geração de chineses é mimada, egoísta e pouco chegada ao trabalho. Em janeiro, essa impressão foi confirmada pela primeira vez por uma pesquisa científica. O estudo australiano, publicado na revista Science, já dá uma ideia de suas conclusões no título: Pequenos Imperadores. “O contraste entre as gerações é grande, mesmo separadas por apenas dois anos”, disse à GALILEU Lisa Cameron, economista da Monash University (Austrália) e coautora do estudo.
A pesquisa foi feita em Pequim com 421 chineses nascidos entre 1975 e 1983 – quatro anos antes e quatro depois da medida. Usando jogos, os pesquisadores mediram o grau de altruísmo, confiança, aversão ao risco e senso de competição dos jogadores. Nem teste de aritmética, por exemplo, o jogador podia realizá-lo sozinho, com premiação modesta, ou em equipe, com um prêmio gordo. Os filhos únicos geralmente preferiam a primeira alternativa. “Descobrimos que eles raramente falaram com os pais na infância sobre solidariedade”, diz Lisa, que, a propósito, tem duas irmãs.

Revista: Galileu

Pág. 17

Nenhum comentário:

Postar um comentário