quarta-feira, 4 de setembro de 2013

“Faça o que eu faço”

Não adianta um governante discursar sobre honestidade e não praticar, um policial zelar pela civilidade sem respeitar as leis ou um religioso pregar a fraternidade e não viver a caridade. A mesma regra vale para as famílias.
Na telenovela Insensato coração, em cartaz na TV Globo, o banqueiro Horácio Cortez, interpretado pelo ator Herson Capri, encarna um personagem inescrupuloso. Pai da jovem Paula (Tainá Muller), ele não hesita em oferecer um carro à filha caso ela facilite um carro com uma de suas amigas. Para o presente chegar às mãos de Paula, sua mãe, a mulher do banqueiro, não pode ficar sabendo da “pulada de cerca”. Ainda que caiba ao telespectador inteligente o direito de desligar o aparelho de TV e procurar algo melhor para fazer em seus momentos de lazer, a situação tem lá sua utilidade; pode despertar uma reflexão sobre a importância dos valores que os pais, através da conduta, passam a seus filhos, questão que deve ser permanentemente observada no cotidiano das Famílias e em qualquer tipo de coletividade humana. Afinal, é através das atitudes e não apenas das palavras que as pessoas vividas transmitem às crianças e aos jovens algumas das mais convincentes lições que se podem aprender nesta vida.
“Em uma época na qual pais e mães, tocados pela necessidade de sobreviver, são obrigados a passar a maior parte do dia fora de casa e terceirizam a educação dos filhos, os bons exemplos dados pelos pais ficam negligenciados”.
Os psicólogos, aliás, costumam usar um termo específico para definir a relação por vezes contraditória existente entre o que os seres humanos falam e o modo com que agem: dupla mensagem. “É dupla porque aponta dois caminhos. Você fala uma coisa, pratica outra e isso deixa o interlocutor confuso”.
Para valorizar a importância do gesto, ações realizadas conjuntamente por pais e filhos tendem a ser as mais marcantes. Um exemplo: “Um pai que depositou 100 reais na conta de alguma entidade beneficente para socorrer as vítimas das últimas enchentes praticou uma ação nobre. Mas o pai que mobilizou os filhos para arrecadarem roupas usadas entre vizinhos e providenciou o envio para as vítimas, além de também ter praticado uma ação nobre, certamente terá seu gesto mais lembrado. É a força da atitude”.

Revista: Família Cristã

Ano 77 n° 904

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