ESPELHO DAS ÁGUAS
Viajam as nuvens às águas de um lago
sereno, abraçadas em delírio de amor.
E tu menina, de repente te vês
dentro das águas também, talvez
à espera de um menino ao teu encontro.
Não sabes se o que sentes é sonho ou não.
Se realidade, certo que te sentes feliz.
Há mais vida, mais carinho, fora e dentro
de ti e das águas em marolas, onde também estás.
O tempo passa e tu, estática, nem percebes
que deves acordar dessa união, delírio
ou realidade? Um barulho te rouba a visão
que certamente jamais esquecerás e verás então
a água com os olhos da saudade de um momento
vivido nas águas como se foras a própria Iemanjá.
Poesias de Paulo Motta
Livro: Ao Entardecer
Nenhum comentário:
Postar um comentário