terça-feira, 19 de agosto de 2014

Evangelho

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Reflexão
Quando vivemos a lógica de Deus em nossas vidas as riquezas e os bens deste mundo não nos consomem. Muitos dos que são os primeiros na sociedade serão os últimos no Reino dos Céus.
A lógica de Jesus, que é a lógica do Reino de Deus, inverte os valores que aprendemos em nossa vida, na qual aprendemos que quem é mais é quem mais tem, é quem mais possui e tem mais poder. Contudo, Jesus nos mostra que, no Reino de Deus não é assim, quem tem mais é quem mais se desapega, é quem mais abre mão do que tem. Quem é mais livre é quem pode ser mais no Reino de Deus!
Por isso muitos dos que são os primeiros na sociedade serão os últimos no Reino dos Céus; ao passo que muitos daqueles que são os últimos e até sem valor nenhum, para nós e para a sociedade, esses, sim, são os primeiros no coração de Deus.
Há duas coisas que precisamos aprender, hoje, com o que o Mestre Jesus nos ensina. Quando Ele nos diz que dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus  não é o problema de ser rico, ter bens, possuir riquezas ou trabalhar para ter uma vida cada vez mais justa e digna. Jesus aponta para o perigo que são as riquezas e o que elas em si fazem no coração do homem.
A riqueza provoca, cada vez, mais dentro de nós, a nossa ganância. É difícil alguém que (e não precisa nem ser muito rico não!) possui ou começa a possuir as coisas que fique satisfeito com o que tem, por isso está cada vez mais sempre ganancioso para ter mais. As riquezas nos mantêm apegados aos bens materiais e nos levam, muitas vezes, a cometermos injustiças uns contra os outros.
A grande injustiça do mundo é uns possuírem demais, terem posses que não acabam mais, e outros, muitas vezes, não terem direito a nada. As riquezas geram em nós uma visão materialista do mundo, vemos o mundo a partir dos bens materiais e não exaltamos mais os valores espirituais; porque a visão materialista gera em nós uma verdadeira cegueira espiritual.
Do outro lado, o Mestre promete uma recompensa ao desapego, porque quem se desapega do mundo e das coisas tem Deus como posse, O tem como sua maior riqueza! Quando fazemos de Deus a nossa riqueza, as outras coisas serão para nós apenas um acréscimo. Quem é rico para Deus é aquele que sabe inverter os valores: o que era para estar em primeiro lugar ele o vê por último e o que se via por último ele o vê como o primeiro. Primeiro, vemos os valores espirituais, vemos os valores do Reino e o demais buscamos em acréscimo.
Quando vivemos a lógica de Deus em nossas vidas as riquezas e os bens deste mundo não nos consomem, porque a maior riqueza e o maior tesouro do nosso coração é o próprio Deus!
 

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