Evangelho
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus
respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho
do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes,
havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de
Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas,
irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá
cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Reflexão
Quando vivemos a lógica de Deus em nossas vidas as riquezas e os
bens deste mundo não nos consomem. Muitos dos que são os primeiros na
sociedade serão os últimos no Reino dos Céus.
A lógica de Jesus, que é a lógica do Reino de Deus, inverte os
valores que aprendemos em nossa vida, na qual aprendemos que quem é mais
é quem mais tem, é quem mais possui e tem mais poder. Contudo, Jesus
nos mostra que, no Reino de Deus não é assim, quem tem mais é quem mais
se desapega, é quem mais abre mão do que tem. Quem é mais livre é quem
pode ser mais no Reino de Deus!
Por isso muitos dos que são os primeiros na sociedade serão os
últimos no Reino dos Céus; ao passo que muitos daqueles que são os
últimos e até sem valor nenhum, para nós e para a sociedade, esses, sim,
são os primeiros no coração de Deus.
Há duas coisas que precisamos aprender, hoje, com o que o Mestre
Jesus nos ensina. Quando Ele nos diz que dificilmente um rico entrará no
Reino dos Céus – não é o problema
de ser rico, ter bens, possuir riquezas ou trabalhar para ter uma vida
cada vez mais justa e digna. Jesus aponta para o perigo que são as
riquezas e o que elas em si fazem no coração do homem.
A riqueza provoca, cada vez, mais dentro de nós, a nossa ganância. É difícil alguém que (e não
precisa nem ser muito rico não!) possui ou começa a possuir as coisas
que fique satisfeito com o que tem, por isso está cada vez mais sempre
ganancioso para ter mais. As riquezas nos mantêm apegados aos bens
materiais e nos levam, muitas vezes, a cometermos injustiças uns contra
os outros.
A grande injustiça do mundo é uns possuírem demais, terem posses que
não acabam mais, e outros, muitas vezes, não terem direito a nada. As
riquezas geram em nós uma visão materialista do mundo, vemos o mundo a
partir dos bens materiais e não exaltamos mais os valores espirituais;
porque a visão materialista gera em nós uma verdadeira cegueira
espiritual.
Do outro lado, o Mestre promete uma recompensa ao desapego, porque
quem se desapega do mundo e das coisas tem Deus como posse, O tem como
sua maior riqueza! Quando fazemos de Deus a nossa riqueza, as outras
coisas serão para nós apenas um acréscimo. Quem é rico para Deus é
aquele que sabe inverter os valores: o que era para estar em primeiro
lugar ele o vê por último e o que se via por último ele o vê como o
primeiro. Primeiro, vemos os valores espirituais, vemos os valores do
Reino e o demais buscamos em acréscimo.
Quando vivemos a lógica de Deus em nossas vidas as riquezas e os bens
deste mundo não nos consomem, porque a maior riqueza e o maior tesouro
do nosso coração é o próprio Deus!
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