Clinicas de beleza oferecem tratamento de rejuvenescimento. Academias, malhações e fisioterapias que prometem milagres físicos. Grupos espiritualistas fazem terapias de renascimento. Todos desejam renovar-se a si mesmos e ás pessoas que amam. A tradição bíblica oferece a mística pascal como instrumento para uma renovação que atinge a pessoa e todo o universo.
Em tempos muito antigos, a Páscoa era dança da primavera que fazia as pessoas participarem da renovação da natureza no Hemisfério Norte. Mas mesmo no sertão do Nordeste do Brasil, essa é a época das tão esperadas chuvas e é costume cantar na Páscoa um hino que vem de séculos antigos: “Cristo ressuscitou, o sertão se abriu em flor, da pedra, água surgiu, era noite e o sol raiou, aleluia!” Essa esperança é o que as Igrejas cristãs celebram nessa semana pascal e ainda por 50 dias como se teimassem em transformar o cotidiano da luta em uma energia de festa permanente.
Na noite do sábado passado ou madrugada do domingo, na grande Vigília pascal, mais importante celebração da Igreja durante todo o ano, as comunidades escutavam um Evangelho que narra a corrida das mulheres, amigas de Jesus, ao seu túmulo, “na madrugada, quando o sol ainda não havia nascido” (Cf. Lc 24,1). Essa é a melhor imagem da Páscoa: uma madrugada ainda escura na qual temos certeza de um amanhecer esplendoroso e brilhante. Aurora de um mundo novo, presente do amor divino ao universo que se realiza em nós e toma a forma de uma organização social mais justa e fraterna.
Nesses dias, em Túnis, na Tunísia, homens e mulheres, cidadãos de vários países e ligados às mis diversas tradições religiosas ou a nenhuma, encerraram mais um fórum social mundial no qual tomaram como bandeira comum “um novo mundo é possível!” Essa palavra é a tradução civil e laical correspondente ao que os cristãos proclamam em sua fé: o Cristo ressuscitou realmente e assim Deus inaugurou nova criação da qual nós fazemos parte e somos chamados a ser testemunhas.
Autor: Marcelo Barros
Jornal: O Popular do dia 03/04/2013
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