terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Reconheça sete sinais inusitados para problemas cardíacos 

Segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por, aproximadamente, 30% dos óbitos no Brasil, o que as torna a primeira causa de morte entre a população brasileira. Alguns fatores de risco como hereditariedade, doenças crônicas (obesidade, tabagismo) e maus hábitos, como sedentarismo e uma alimentação rica em gordura, favorecem as doenças do coração. Mas muita gente pensa que os sintomas de um problema cardíaco se resumem a dor no peito e falta de ar. Pelo contrário, uma lista de sinais inusitados pode indicar que algo não vem com o seu coração. Veja quais são eles:

Inchaço nas pernas e pés


"O enfraquecimento do músculo do coração, causado por uma insuficiência cardíaca, pode gerar o inchaço, principalmente nas pernas e nos pés", explica o cardiologista José Luiz Ferreira dos Santos, diretor de coordenação de Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP). O retorno de sangue das pernas e pés é dificultado pela gravidade, por isso esses membros costumam ser os mais acometidos. "O inchaço acontece porque o coração perde a força necessária para bombear o sangue adequadamente, o que acaba gerando a retenção de líquido", conta o especialista. Entretanto outras doenças como a insuficiência hepática, síndrome nefrótica (perda de proteína pelos rins), também podem causar inchaço.


Xantelasmas

Xantelasmas são depósitos de colesterol que aparecem com maior frequência nas pálpebras. O cardiologista José Luiz explica que essas pequenas bolsas amareladas podem estar associadas com anormalidades no metabolismo das gorduras, que acabam sendo depositadas na pele e na parede arterial. Assim, caso você tenha xantelasma, checar as taxas de colesterol é fundamental. "Níveis aumentados de colesterol são importante fator de risco para a doença das artérias do coração, chamadas de coronárias", explica.


Calvície

O cardiologista José Luiz Ferreira explica que já existem algumas publicações que relacionam a calvície com o risco cardíaco. A pesquisa de maior repercussão foi publicada em 2000 no periódico The Archives of Internal Medicine. O estudo analisou homens que estavam entre as idades de 40 e 84 anos de idade, seguindo-os por um período de 11 anos. Os homens portadores de calvície do tipo coroa (perda de cabelo no topo da cabeça) tinham risco de infarto maior e proporcional à evolução da calvície, ou seja quanto maior a progressão da calvície maior o risco para problemas nas artérias coronárias (os responsáveis por infartos). Mas o especialista afirma que é preciso cautela ao relacionar calvície e doença do coração, já que existem outros fatores que podem estar associados à perda de cabelo, como a própria genética.


Gengivite

Alguns estudos têm sugerido que a doença periodontal pode causar inflamação em todo o organismo, relacionando-se com o aparecimento da aterosclerose, o acúmulo de gordura nas paredes dos vasos. "Porém, no momento, a consideração a ser feita é que alguém descuidado com sua saúde bucal, provavelmente também se descuida da sua saúde no geral", explica José Luiz. "A presença de fatores de risco como obesidade, alteração do colesterol, diabetes, pressão alta, sedentarismo e tabagismo, acabam por causar uma doença cardíaca".

Fazer mais xixi do que o normal durante a noite

Quem sofre com insuficiência cardíaca, cirrose ou qualquer outra doença que cause inchaço nas pernas, pode apresentar aumento da vontade de urinar a noite. "Isso acontece porque, ao se deitarem, a tendência é que o líquido em excesso nas pernas retorne ao sangue e esse excesso de água seja então eliminado pelos rins", explica José Luiz Ferreira. O cardiologista Luiz Castanho, do Spa Sorocaba, lembra que o aumento da frequência da micção também pode estar relacionado a problemas na próstata, desordens metabólicas - como diabetes - e até mesmo ao uso de medicação diurética.


Ganho de peso injustificado

"Os indivíduos portadores de cardiopatias graves - como a insuficiência cardíaca - sofrem retenção líquida, pois seus corações não conseguem manter o bombeamento de sangue adequado", explica o cardiologista Luiz Castanho, do Spa Sorocaba. Essa deficiência do músculo cardíaco dificulta a chegada normal do volume de sangue a ser filtrado pelos rins, o que causa o acúmulo de líquidos no corpo e, consequentemente o ganho de peso. Uma das maneiras de acompanhamento da doença para esses pacientes é a pesagem diária.


Tosse noturna

"O aparecimento de tosse no período noturno ocorre porque, se o coração não trabalhar direito, na posição horizontal, que tomamos ao nos deitar, haverá um aumento do retorno de sangue para os pulmões, o que aumenta a congestão pulmonar e estimula a tosse", explica o cardiologista José Luiz. Entretanto, não é só o coração que pode causar a tosse: alterações pulmonares, refluxo gastroesofágico e outras doenças também podem causar tosse.

Autora: MANUELA PAGAN


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