Evangelho Mt 25,31-46
"Quando o Filho do Homem vier em sua glória, ele se assentará em seu trono glorioso. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou! Pois eu estava com fome, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me.' Então, o Rei lhes responderá: 'Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer!'
Reflexão
Trata-se de um discurso escatológico que, de certa forma, resume todo o evangelho, de modo especial os textos do seu contexto literário imediato, a saber, os capítulos 24 e 25. A manifestação definitiva do mistério do Reino de Deus se dá em gestos pequenos, simbólicos e significativos. Alguns desses gestos fazem parte de nossa vida cotidiana: dar de comer aos que têm fome, de beber aos que têm sede, vestir os que estão nus etc. O que é dito no texto vale não somente para os cristãos, mas para todo ser humano que vive neste mundo. é bastante provável que Ez 34, 17-22 tenha servido de inspiração para esse discurso escatológico. A separação, ou juízo, é feita em razão da vida vivida na caridade ou pela indiferença diante do sofrimento e necessidade alheia. Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem, que ultrapassa as aparências, pode com verdade conhecer a situação de cada um e o que se é de fato. Se o texto fala de condenação, é para apelar a se viver no amor que exige o serviço ao semelhante. O critério último da salvação não é a fé, mas a caridade.
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