quarta-feira, 28 de janeiro de 2015



Santo Tomás de Aquino


Nascido em uma família de nobres, Tomás de Aquino fez os primeiros estudos no castelo de Monte Cassino. Em Nápoles, para onde foi em 1239, estudou artes liberais, ingressando, em seguida, na Ordem dos Dominicanos, em 1244. De Nápoles, a caminho de Paris, em companhia do Geral da ordem, foi sequestrado por seus irmãos, inconformados com seu ingresso no convento.
A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica, sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e a teologia. Fundada na revelação, a teologia é a ciência suprema, da qual a filosofia é serva ou auxiliar. À filosofia, procedendo de acordo com a razão, cabe demonstrar a existência e a natureza de Deus.
Numa época em que a Igreja ainda buscava em Santo Agostinho (354-430) e seus seguidores grande parte da sustentação doutrinária, Tomás de Aquino formulou um amplo sistema filosófico que conciliava a fé cristã com o pensamento do grego Aristóteles (384-322 a. C.) - algo que parecia impossível, até herético, para boa parte dos teólogos da época. Não se tratava apenas de adotar princípios opostos aos dos agostinianos - que se inspiravam no idealismo de Platão (427-347 a. C.) e não no realismo aristotélico - mas de trazer para dentro da Igreja um pensador que não concebia um Deus criador nem a vida após a morte.
Profundamente influenciado por Aristóteles, Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta.
Um exemplo de como o tomismo emprega a razão a serviço da fé cristã é o conjunto de argumentos, todos de cunho empírico, isto é, que se demonstram por via da experiência, que provam a existência de Deus. Eles ficaram conhecidos como as Cinco Vias que levam a Deus. São elas:
1) Movimento: as coisas se movem. E se existe o movimento, existe também alguém que provoca o movimento.
2) Causalidade: É impossível algo ser causa e efeito ao mesmo tempo. Observa-se na natureza uma ordem segundo uma relação de causa e efeito. Não há efeito sem causa.
3) Possível e necessário: As coisas podem ser e não ser. Todas as pessoas que conhecemos e nós mesmos não existimos para sempre, somos seres contingentes.     
4) Graus de perfeição: "Existe algo que é, para todos os outros entes, causa de ser, de bondade e de toda a perfeição: nós o chamamos Deus".
5) Finalidade: trata dos seres que se movem em uma direção, que possuem uma finalidade, o que é facilmente verificável na vida na Terra, que progride rumo a maiores níveis de organização, desde simples bactérias até modernas sociedades humanas.
Tomás de Aquino acentuou a diferença entre a Filosofia, que estuda todas as coisas pelas últimas causas através da luz da razão, e a Teologia, ciência de Deus à luz da revelação.
Mostrou que o homem é o ponto de convergência de toda a criação e que nele se encerram,de certo modo, todas as coisas.
Ensinou que há uma união substancial entre a alma e o corpo. Isto é o fundamento maior da dignidade da pessoa humana. Esta é um corpo que está enformado por uma alma ou uma alma a enformar um corpo.
Defendeu o livre arbítrio, ou seja, a liberdade da vontade humana para aderir ao bem ou ao mal, donde a responsabilidade moral do homem. Daí a sanção da lei: prêmio para as boas ações e punição para os atos maus.
Para ele a morte determina para sempre a alma humana quer na desordem e na infelicidade, quer na ordem e na felicidade, como está na Bíblia.

Link: http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm

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