ESTADO DE ESPÍRITO
Estou como os pratos
de uma balança,
sem pender para
qualquer dos lados.
Não tenho desejos, os
sentimentos se apagaram,
falta um sopro de
vento amigo
que incentive a mente
inerte.
Não escuto vozes
externas, nem internas.
Vazio!
Uma taça de vinho
invocará pensamentos
dionisíacos.
Um canto de
passarinho, uma nuvem passageira
e minha balança
nivelada penderá
com raio luminoso do
sol
ou com o bramido do
mar.
Fecho os olhos para
sonhar,
fugir da realidade
incômoda.
Invoco os habitantes
dentro de mim,
que de repente
aparecem.
São os que se foram...
Eles despertam minha
alma
com seus semblantes
antigos e amigos.
Que bom, fugir de mim
e me encontrar,
quando perdido na
solidão
e encontrado nos
rostos conhecidos
em que eu estava.
Eram os meus outros
eus.
Paulo Motta
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