quinta-feira, 8 de janeiro de 2015



ESTADO DE ESPÍRITO




Estou como os pratos de uma balança,

sem pender para qualquer dos lados.

Não tenho desejos, os sentimentos se apagaram,

falta um sopro de vento amigo

que incentive a mente inerte.

Não escuto vozes externas, nem internas.

Vazio!

Uma taça de vinho invocará pensamentos

dionisíacos.

Um canto de passarinho, uma nuvem passageira

e minha balança nivelada penderá

com raio luminoso do sol

ou com o bramido do mar.

Fecho os olhos para sonhar,

fugir da realidade incômoda.

Invoco os habitantes dentro de mim,

que de repente aparecem.

São os que se foram...

Eles despertam minha alma

com seus semblantes antigos e amigos.

Que bom, fugir de mim e me encontrar,

quando perdido na solidão

e encontrado nos rostos conhecidos

em que eu estava.

Eram os meus outros eus.



Paulo Motta

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