quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Jesus para os Evangelistas
Os evangelhos não recordam apenas as palavras de Jesus. Recolhem também seus feitos e sua vida. Não o fazem para redigir a biografia de um grande personagem do passado nem para esboçar seu retrato histórico ou psicológico. Não é isso que lhe interessa. O que querem é revelar a presença salvadora de Deus, que ressuscitou Jesus, mas que estava já atuando em sua vida. Quando Jesus curava os enfermos, estava comunicando a eles a força, a saúde e  vida desse Deus que revelou todo o seu poder salvador ressuscitando-o da morte. Ao defender a dignidade dos pobres, vítimas de tantas injustiças, estava exigindo a justiça de Deus, que se manifestou como seu primeiro defensor ressuscitando Jesus dentre os mortos. Ao acolher "pecadores e publicanos" à sua mesa, Jesus estava oferecendo a eles o perdão e a paz de Deus, que os discípulos estão saboreando ao encontrar-se com o Ressuscitado.
Este olhar novo lançado sobre Jesus, suscitado pela fé num Deus que se identificou com ele até ao ponto de ressuscitá-lo dentre os mortos, abre um horizonte insuspeitado a seus seguidores da Galileia. Na história de Jesus contemplam a irrupção de Deus. A história que narram é uma história vivida por Deus encarnado em seu Filho. Uma história cheia de conflitos e desafios, mas, sobretudo, uma história cheia de promessas e de esperanças. Os evangelistas narram a história de Jesus como "o acontecimento central da história do mundo". Dali em diante, o passado e o futuro estão ligados a este fragmento de história no qual se nos dá a conhecer definitivamente o rosto de Deus encarnado em Jesus.

Livro: Jesus - Aproximação Histórica
Autor: José Antônio Pagola

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