
Um mestre sufi tinha perdido a chave de sua casa e a
procurava no gramado, passado seus dedos entre as folhas. Seus discípulos
chegaram e perguntaram ao mestre o que havia acontecido. “Perdi a chave de
minha casa e estou procurando aqui”. “Podemos ajudá-lo a procurar”? disseram os
discípulos. “Eu ficaria muito contente”, disse o mestre. Com isso seus discípulos
se puseram lado a lado, de quatro e começaram a correr os dedos entre as folhas
da grama. Depois de muito tempo um dos discípulos perguntou ao mestre:”Mestre o
senhor tem alguma idéia de onde perdeu sua chave”? Ele respondeu: “Sim, é
claro. Eu a perdi em casa”. Os discípulos se entreolharam perplexos. “Então por
que estamos procurando aqui fora”? exclamaram. O mestre respondeu:”porque aqui
há mais luz!...
Essa parábola fala à condição humana.
Todos perdemos a chave da felicidade e a
estamos procurando fora de nós, onde não pode ser encontrada. Procuramos fora
porque é mais fácil ou mais agradável; há mais luz aqui. Também há mais
companheiros. Se procuramos felicidade em programas emocionais que prometem
felicidade por símbolo de segurança/sobrevivência, afeição/estima ou
poder/controle podemos obter muita ajuda, pois todo mundo está procurando a mesma
coisa. Quando procuramos a chave onde pode ser encontrada, podemos nos
descobrir sozinhos, abandonados pelos amigos e parentes que se sentem ameaçados
por nossa busca. Falta de apoio para a jornada espiritual, para não falar de
oposição absoluta que é uma das mais árduas provações.
Revista-
Psique 2012.
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