terça-feira, 11 de março de 2014


TRÁFICO HUMANO
As religiões podem contribuir no combate ao tráfico, pois para além da legitima pluralidade religiosa, a inviolabilidade da pessoa é um verdade na qual as religiões convergem

A intensificação do trafico de pessoas em pleno século 21 é, acima de tudo, consequência de problemas socioeconômicos estruturais do mercado capitalista e, ademais, um resultado da globalização e da desigualdade. O empobrecimento de regiões inteiras
Do planeta favorece todas as formas de tráfico.
O tráfico de seres humanos encontra-se entre os três negócios ilícitos mais lucrativos do mundo, movimentando uma soma estimada em 32 bilhões de dólares por ano. Calcula-se que a cada ano 1 milhão de pessoas sejam vítimas desse crime. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2012 mais de 20 milhões de pessoas foram atingidas pelo tráfico humano. Delas, 75% são de sexo feminino. As rotas possuem conexões com o crime organizado, sobretudo com o tráfico de drogas.
O Brasil é origem, trânsito e destino de pessoas traficadas, sendo 71% delas para a exploração sexual e 29% para o trabalho escravo. Conforme relatório da Secretaria Nacional de Justiça de 2012, o número de brasileiros traficados para o exterior é estimado pela Polícia Federal em 70 mil. Por isso, o II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (2013-2016) visa reduzir as situações de vulnerabilidade; capacitar profissionais, instituições e organizações envolvidos, no seu enfrentamento; informar e sensibilizar a sociedade; e prevenir o crime.
A dignidade não tem preço – O tráfico de pessoas deve ser entendido como causa e conseqüência de violações da dignidade humana. A consciência sobre os Direitos Humanos e sobre a inviolabilidade da liberdade exige a erradicação desse crime brutal contra os mais vulneráveis. O Direito, as religiões, as filosofias ofereceram sua contribuição na construção do grau de consciência ética da humanidade.

Revista: Família Cristã
Ano 80 – março de 2014 n°939

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