quarta-feira, 14 de agosto de 2013

“O PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA”


Ler com os alunos esse capítulo da famosa obra de Saint-Exupéry, uma das mais belas páginas da literatura universal sobre a amizade. Seguem alguns trechos, para ilustrar.
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não cativaram ainda.
-Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa.
Que procuras?
- Procuro homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- (...) Se tu ma cativas, minha vida será cheia de sol. Conhecerei um barulho que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vê, lá longe, os campos de trigo? (...) Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... Cativa-me! Disse ela.
(...)
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo para conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer?, perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto (...)

Revista de Filosofia

 Pg. 40

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