Nossa Senhora do
Parto geralmente é representada sobre nuvens, nas quais aparecem cabeças de
anjos. Sustenta o Menino Jesus, recém-nascido. Um pequeno véu lhe cobre a
cabeça. A capa lhe cai desde os ombros até os pés.
Há outras representações,
como no Rio de Janeiro. Aparece grávida, em pé, vestida com uma camisola
branca, e um manto azul no qual aparecem pequenos enfeites dourados. Suas mãos
estão juntas sobre o peito; delas, pende uma corrente de ouro.
De que modo apareceu a devoção no Brasil?
Por volta de 1635,
João Fernandes. Natural da ilha da Madeira, resolveu erguer uma capelinha em
homenagem à Nossa Senhora do Parto. A imagem, ele trouxera de sua terra natal.
Comprou terreno próximo ao Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro, onde
construiu sua moradia e perto dali, a capela. Assim narra Frei Agostinho de
Santa Maria, baseado-se numa escritura da época.
No inicio de 1700,
Dom Frei Antônio do Desterro, bispo do Rio de Janeiro, ergueu ali perto um
santuário e, anexo, um asilo para acolher mulheres abandonadas. Chamava-se
“Recolhimento do Parto.” Infelizmente, o lugar guardava tristes memórias
porque, segundo carta do prelado, “a instituição serviria para receber mulheres
convertidas, assim como as casadas que estivessem obrigadas a acudir, ou para
se livrarem da morte, ou para que seus maridos não continuassem a ofendê-las.”
No decorrer do tempo,
vários incêndios destruíram igreja e asilo. O vice-rei do Brasil, D. Luis de
Vasconcelos, resolveu reedificá-los. Porém, no dia 24 de agosto de 1789, uma
interna, de nome Ana Campista, os incendiou novamente. No meio da desordem e do
tumulto causados pelo incêndio, uma das recolhidas conseguiu salvar a antiga
imagem de Nossa Senhora do Parto. Ficou guardada no Hospital da Penitência, até
nova reconstrução pelo arquiteto mineiro Valentim da Fonseca e Silva, segundo
encomenda do vice-rei.
A matriz de Vila Boa,
em Goiás conserva uma linda escultura de Nossa Senhora do Parto, executada pelo
escultor José Joaquim da Veiga Vale.
Por todo o mundo,
Nossa Senhora do Parto sempre teve muitas devotas, principalmente mulheres
grávidas. Homens casados, para que suas esposas sejam bem-sucedidas ao dar a
luz, também a invocam, cheios de fé.
Revista: Ave Maria
ANO: 115
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