sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O RIO QUE AMEI



O rio Pomba corre sereno e largo
ao longo das cidades e das vilas, 
dos estados de Minas Gerais e Rio
de Janeiro como um vizinho antigo.
Estrada que anda sempre apressada
com pressa de chegar aos que esperam
por ele, pois dele dependem suas vidas.
O Pomba é calmo, carrega nas águas
peixes abundantes onde têm alimento;
recebe em seu leito a amizade de córregos
e muitos afluentes que passam por cidades.
A chuva quando cai em demasia, vem
obrigando o rio a transbordar, saindo 
dos seus limites e causando desassossego
às cidades e aos povoados tão distraídos.
Entre pedras e barrancos seu caminho
abriu e conservou, criando correntezas.
Suas águas são as delícias das crianças
e dos jovens que nele se banham, nadam,
navegam e pescam. Nas suas margens
crescem as árvores onde à sua sombra
sonham namorados, ao sopro do vento.
Na cidade fluminense de Portela encontra
seu amigo, o rio Paraíba do Sul e nele
deposita com confiança suas águas, cresce
em muito o capital dessa união amiga
para gerar represa das águas e energia.
Meu rio, que saudades de nossos encontros
em tuas águas do meu batismo de natação. 
Mais que tudo isso, o rio Pomba é o rio
que amei como uma criança ama um anjo.
Tenho saudades das horas passadas nas águas
deste rio que me fez até ir para o seminário
para esquecê-lo, imaginando durante meses
perigos de tanta intimidade, todos os dias.
E os pés de ingá às suas margens.Nunca mais
as vi e eram tão gostosas suas frutas em favas...
Minha vida também é um rio que corre sem parar
nele há afluentes,cachoeiras a superar, e vai e vai...

Poesias de Paulo Motta

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