segunda-feira, 20 de abril de 2015

GRATIDÃO A DEUS

Ainda que minha boca estivesse cheia do canto de todos os pássaros
e minha língua repetindo minhas preces como as ondas do mar
e meus braços estendidos como os braços súplices dos pinheiros
e meu coração ardendo como os dos discípulos de Emaús,
e meu pensamento viajando como as nuvens no azul do céu,
e meus olhos fixos no teu silêncio, como os da águia fitando o sol,
e meus joelhos dobrados como os dos profetas em oração,
pelas manhãs, antes do nascer do sol e sob estrelas, numa noite serena,
quando orava teu Filho amado no encantamento da união contigo,
nem assim conseguiria Te agradecer, ó meu Criador e Pai e de meus
pais, e bendizer teu nome como fazem teus anjos, pelos benefícios tantos,
que de Ti recebemos, com gratuidade e até sem o sabermos.
Mas sei que recebes o pouco que posso, pelas minhas limitações.
Bem sabes que meu anseio é beber de tuas águas e inebriar-me de Ti. 

Poesia de Paulo Motta
Livro: Ao Entardecer





Nenhum comentário:

Postar um comentário