O simbolismo fundamental da celebração litúgica da Vigília é o de ser uma "noite clara", ou melhor «a noite que brilha como o dia e a escuridão é clara como a luz»
A Vigília de Páscoa, também chamado de Vigília Pascal ou a
Grande Vigília, é a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão,
por ser a primeira celebração oficial da Ressurreição de Jesus. Historicamente,
é durante essa celebração que as pessoas (especialmente adultos) são batizados
e adultos catecúmenos são recebidos em plena comunhão com a Igreja. É realizada
nas horas de escuridão entre pôr-do-sol no Sábado Santo e o amanhecer da
Páscoa. É marcada pela primeira entoação desde o início da Quaresma do Glória e
do Aleluia, uma característica litúrgica do Tempo Pascal. Do mesmo modo na
Ortodoxia Oriental, a Divina Liturgia, que é celebrada durante a Vigília de
Páscoa é a mais importante e elaborada do ano eclesiástico.
A vigília começa após o pôr-do-sol no Sábado Santo fora da
igreja, onde o fogo ou fogueira é abençoada pelo celebrante. Este novo fogo simboliza
o esplendor do Cristo ressuscitado dissipando as trevas do pecado e da morte. O
Círio pascal ou (vela pascal) é abençoado com um rito muito antigo. Esta vela
pascal será usado em toda o Tempo Pascal, permanecendo no santuário da igreja,
e durante todo o ano em batismos, Crismas e funerais, lembrando a todos que
Cristo é a "luz do mundo". Assim que a vela for acesa segue o antigo
rito do Lucernário, em que a vela é carregada por um sacerdote ou diácono
através da nave da igreja, em completa escuridão, parando três vezes e cantando
a aclamação: "Lumen Christi" ou Luz de Cristo (em português), ao qual
a assembleia responde "Deo Gratias" (Graças a Deus). A vela prossegue
através da igreja, e os presentes portam velas que são acesas no Círio pascal.
Como este gesto simbólico representa a "Luz de Cristo" se espalhando
por todos, a escuridão é diminuída. Assim que a vela foi colocada num lugar
dignamente preparado no santuário, ela é incensada pelo diácono, que entoa
solenemente o canto Exsultet, de tradição milenar. Ele é conhecido também como
Proclamação da Páscoa, ou Pregão Pascal. Nele, a Igreja pede que as forças do
céu exultem a vitória de Cristo sobre a morte, passando pela libertação do
Egito e até mesmo agradecendo a Adão pelo seu pecado "indispensável",
pois as consequências de tal pecado foram o motivo da vinda de Cristo.
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