O
fogo fátuo é também chamado de “Ignis fatuus” e foi relatado desde a idade
média Grã Bretanha, a lenda sempre dizia que eram luzes derivadas de espíritos
malignos com natureza travessa e mal intencionada, usada para atrair viajantes
e outras pessoas para situações perigosas.
No
Brasil é também conhecido como boi tatá uma grande serpente brilhosa. São
necessários cuidados com o fenômeno, pois por vezes pode ser inflamável e a
lenda diz que não deve ser olhados de perto, nem serem seguidos pois eles podem
enganar criando ilusões e visões daqueles que já morreram em determinado lugar,
o que é comum nos pântanos que engoliram cemitérios antigos com os seus
túmulos. É também considerado como presságio de morte, associado com espíritos
que não conseguiram nem entrar no céu nem no inferno, as chamadas almas
penadas, condenadas a vagar pela terra.
A
explicação científica moderna considera o fogo fátuo um fenômeno químico de um
corpo orgânico entrando em putrefação, ocorrendo a emissão de gazes metano na
superfície e que entraria em combustão gerando a luz assustadora que persegue
aqueles que fogem porque o ar se desloca e faz com que o fogo se mova na mesma
direção.
Segundo
o químico Luis Henrique Ferreira da Ufscar pode “ocorrer uma pequena explosão e
a chama azulada vem acompanhada de um estrondo que assusta quem está por perto”.
Com tudo isso, não é de se espantar que o fenômeno alimente lendas de
fantasmas, assombrações e almas penadas. O fenômeno chegou até a ser descrito
em 1560 pelo padre Jesuíta José de Anchieta: “junto do mar e dos rios, não se
vê outra coisa senão o Boi Tatá, o facho cintilante de fogo que rapidamente
acomete os índios e mata-os”.
Para
quem está perto do fenômeno à reação instintiva é correr. O problema é que esse
movimento causa um deslocamento do ar puxando a chama e dando a impressão que
ela tenta perseguir a vítima, como um fantasma, uma alma penada, ou o Boi Tatá
dos índios brasileiros.
Os
habitantes das cidades quase nunca viram o fenômeno, dado que o asfalto protege
das inundações, mas no interior os elementos descritos onde acontecem o fogo
fátuo, talvez não haja quem nunca tenha se deparado com este fenômeno. Eu sou
um deles. No lugar onde eu morava com minha família existiam um lugar chamado
“ponte preta”, a ponte era sobre um riacho com brejos ao redor. Ali tínhamos
que passar para ir para a escola e assim vez ou outra nos deparávamos com o
fogo fátuo. O medo instintivamente nos fazia correr para fugir e assim
acontecia o que descrevemos acima: sermos perseguidos por um foguinho
esquisito, que graças a Deus de repente parava de brilhar. Imaginem o que
contávamos em casa, até não querendo mais voltar para a escola, mas como éramos
vários irmãos acreditávamos que a companhia nos protegia.
Hoje
recordando um pouco de minha vida volto a escrever sobre o fenômeno tão
conhecido em nossa região que amedrontou muitos de nossos amigos principalmente
os que frequentavam a mesma escola que nós. Isso em um distrito da cidade de
Cambuci no estado do Rio de Janeiro, chamado Flecheiras. Logo em frente
topávamos com o Rio Pomba em um lugar chamado Porto das Barcas, onde parávamos
para tomar água e contar para nossos conhecidos que tínhamos visto o fogo
fátuo. Nós não o chamávamos assim, mas simplesmente de foguinho perseguidor.
Nunca soubemos o que era aquilo, hoje recordando tudo isso venho contar o que
sei a respeito do fenômeno.
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